O que antes era utilizado apenas como efeitos visuais na área cinematográfica, ganhou espaço no dia a dia e agora é utilizado de diversas formas e, por isso, precisamos ficar atentos. O deepfake se trata de uma tecnologia de inteligência artificial que utiliza vozes e expressões faciais para a criação de novos vídeos.
Entretanto, por mais que pareça ser algo inofensivo, pode causa impactos significativos na sociedade.
O que é deepfake?
Antes de começarmos a debater a respeito da influência dessa nova tecnologia, vamos entender melhor o que ela é.
O termo deepfake vem de “deep learning”, que é uma área de conhecimento que fazem os computadores agirem como o cérebro humano, e o “fake” remete à situações falsas que são criadas. Ou seja, é um recurso em que o rosto de uma pessoa pode ser alterado em fotos e vídeos por meio da inteligência artificial. Sendo assim, é possível colocar pessoas em situações que nunca aconteceram.
A influência do deepfake
Os vídeos criados usando essa técnica podem ser utilizados como entretenimento, por exemplo, criando conteúdo divertido nas redes sociais. O problema do deepfake se torna evidente quando essas imagens são usadas para disseminar desinformação, até porque esse é um método pouco conhecido entre as pessoas comuns.
De acordo com a pesquisa “A infodemia e os impactos na vida digital”, realizada na América Latina pela Karspersky, 66% dos brasileiros desconhecem a existência do deepfake. Para os especialistas em cibersegurança, esse é um resultado preocupante, pois há mais chances de ações fraudulentas terem sucesso.
Além disso, o diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky na América Latina, Dmitry Bestuzhev afirma que “As táticas que envolvem vídeos e som em si não são maliciosas, já que permitem à indústria cinematográfica, por exemplo, oferecer experiências cada vez mais incríveis. No entanto, o uso do deepfake tende a ficar cada vez mais imperceptível e, como acontece com qualquer tecnologia inovadora, seu uso indevido implica riscos”
“Os exemplos mais comuns de uso indevido incluem vídeos falsos que usam o rosto das vítimas para atacar sua reputação ou credibilidade, bem como a manipulação de imagens e sons para burlar senhas biométricas (rosto e voz). À medida que a tecnologia se torna menos cara, podemos esperar o surgimento de seu uso ilícito”, complementa Bestuzhev.
Como identificar um vídeo deepfake?
Mesmo que a tecnologia para a produção desse tipo de vídeo esteja se aprimorando cada vez mais, ainda há características possíveis de identificar se aquele conteúdo é falso. Alguns deles são:
Tons de pele e sombras irreais
Uma das dicas para identificar um vídeo deepfake é estar atento à tentativa de igualar o tom de pele, principalmente na região da boca, testa e pescoço. A sombra da pele também pode entregar que o vídeo se trata de uma montagem, pois pode ser que haja irregularidades.
Falhas no áudio
Outra falha sutil que pode ocorrer é a diferença sonora entre o vídeo original e o vídeo fraudulento. Sendo assim, a falta de sincronização do áudio com o vídeo ou um áudio mais abafado podem ser sinais de um vídeo deepfake.
Regiões borradas no rosto
Pode ser que tenha áreas na face do vídeo em que apresente um borrado perto da região da mandíbula, ou seja, no contorno do rosto. Com isso, fica mais fácil de visualizar quando há uma movimentação da cabeça.
Sabendo disso, é importante ficar atento à essas características e, em caso de receber vídeos ou imagens questionáveis, avaliar se aquilo é realmente real antes de compartilhar para não colocaborar com a desinformação.